A rivalidade entre os dois principais grupos políticos do município do Cabo de Santo Agostinho provocou um momento desconfortável para o governador Eduardo Campos (PSB), na última sexta-feira. Durante inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade, o socialista se viu no meio de um entrevero com direito a acusações e palavrões entre os prefeitos e adversários Lula Cabral (PTB/Cabo) e Elias Gomes (PSDB/Jaboatão). Um vídeo, enviado pela assessoria do tucano, mostra que, enquanto Campos caminhava pelo interior da instituição de saúde, cumprimentando e posando para fotos com populares, os dois - que estavam logo atrás do governador - não se entendiam. O tucano foi chamado de mentiroso pelo desafeto. As cenas exibem um Eduardo Campos constrangido pelo mal-estar.
"Você fica conversando "merda". Você fica mentindo! Você fica mentindo. Você mente", declarou, seguidamente, Lula Cabral, em referência às críticas lançadas por Elias Gomes à área de saúde do Cabo, em entrevista concedida, na manhã do mesmo dia, pelo tucano a uma rádio local. Por mais de uma vez, o vídeo mostra o prefeito de Jaboatão afirmando "vamos resolver isso" para o adversário, que, em resposta soltou: "Seus cupinchas (protegidos) não deixam!" Tentando evitar que as proporções do desentendimento se tornassem maiores e que alcançassem os populares presentes, o governador Eduardo Campos pediu trégua aos gestores. "Rapaz, pelo amor de Deus!", clamou o socialista.
O prefeito de Jaboatão justificou que sua presença no evento do Cabo se deveu ao fato dele ter sido convidado pelo governador Eduardo Campos. "Fui convidado, primeiramente, por escrito pelo governador. E,depois, numa cerimônia no Palácio do Campo das Princesas, na sexta-feira, Eduardo me convidou novamente. O governador deixou claro que o evento era do Governo do Estado e convidou outros prefeitos para participarem. Um exemplo disso foi o prefeito de São Lourenço, Ettore Labanca (PSB)", destacou Elias Gomes, completando: "Ele (Lula) constrangeu o governador; a sua esposa (Renata Campos), que estava presente; e a população que foi a inauguração da UPA".
Por meio de sua assessoria, o prefeito Lula Cabral informou que não iria se pronunciar sobre o assunto. Contudo, através de nota, o secretário de Governo e Orçamento Participativo do Cabo, Luiz Pereira, comentou o episódio. No texto, ele diz que "a fonte da informação, com propósitos nítidos de criar confusão e factóide político, carregou nas tintas em cima de uma cobrança legítima feita pelo prefeito do Cabo". Em seguida, ele continua "a razão da reclamação foi uma afirmação mentirosa de Elias Gomes a uma rádio cabense quando este, entre outras distorções, afirmou que, em visita ao bairro da Charneca, constatou que o posto de Saúde da Família local estaria fechado há dois anos".
Elias diz que vai processar Lula Cabral
O "bate-boca" protagonizado pelos prefeitos dos municípios de Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho, Elias Gomes (PSDB) e Lula Cabral (PTB), respectivamente, na última sexta-feira, ganhou, ontem, um novo capítulo. O tucano resolveu levar a briga para a Justiça e entrará com uma ação de indenização por danos morais contra o gestor cabense.
Por meio de sua assessoria, Elias informou ter sido "difamado publicamente", durante a inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Cabo. Ele compareceu ao evento a convite do governador Eduardo Campos (PSB). Entre outras coisas, Gomes foi chamado de "mentiroso" pelo prefeito Lula Cabral. A celeuma entre os dois chegou a constranger o governador, que pediu uma trégua aos gestores.
A briga foi registrada pela assessoria tucana, que disponibilizou o vídeo à Imprensa. De acordo com a versão tucana, Lula Cabral teria partido para o ataque reclamando da entrevista concedida por Elias Gomes à rádio Calheta FM, na manhã da sexta-feira. Na entrevista, o prefeito jaboatonense teria denunciado caos na educação e na saúde do Cabo de Santo Agostinho.
Ontem, Elias assegurou que provará na Justiça a situação caótica em que se encontram a Educação e a Saúde do município onde foi prefeito por três mandatos. Segundo ele, as escolas municipais encontram-se fechadas, reduzindo o número de vagas.
Já na área de Saúde, denuncia que a redução da cobertura pode ser constatada com o fechamento de unidades do Programa de Saúde da Família.
Fonte: Folhape
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