Alunos ocuparam prédios da FFLCH e da reitoria após briga com a PM.
Eles pedem saída da polícia do campus e revisão dos processos.
Quem participa da manifestação?
Inicialmente, alguns estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e servidores ligados ao Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp). Eles ocuparam a reitoria da universidade em 2 de novembro e foram retirados pela Polícia Militar na terça-feira (8). Depois da ação, outros estudantes aderiram ao movimento pela saída da PM da Cidade Universitária. Em assembleia geral na noite de terça, entre 2 mil e 3 mil alunos, segundo os estudantes, opinaram sobre o movimento e decidiram entrar em greve.
Quais as reivindicações dos manifestantes?
Eles querem a revogação do convênio firmado entre a USP e a Polícia Militar para fazer a segurança na Cidade Universitária e a retirada de processos administrativos e criminais movidos contra alunos e funcionários pela instituição. De acordo com os manifestantes, esses processos são políticos, impetrados pela USP para intimidar o movimento estudantil. Na assembleia de terça-feira (8) também foi decidido apoio aos 72 estudantes presos, sem que sofram retaliação.
O uso de drogas dentro da Cidade Universitária faz parte dos pedidos?
Não. Todo o movimento teve início após a apreensão, pela PM, de três estudantes que portavam maconha no dia 27 de outubro. Esse foi o estopim para denunciar o que, segundo os manifestantes, representa a truculência da Polícia Militar no campus. Primeiro, os alunos ocuparam o prédio da FFLCH. Depois, em assembleia, decidiram ir para a reitoria. O uso de drogas dentro da Cidade Universitária, na Zona Oeste de São Paulo, nunca fez parte da pauta do movimento.
Por que alguns estudantes cobrem o rosto?
Eles têm receio de que, uma vez identificados, possam ser processados pela universidade - já que uma das reivindicações é justamente a retirada de processos que, segundo os manifestantes, foram movidos com fins políticos e para coibir as vozes contrárias à reitoria.
O patrimônio da USP foi destruído?
Em 03 de novembro, a reitoria divulgou dois vídeos do momento em que os manifestantes entram no prédio ocupado. O portão de acesso e uma câmera de segurança foram danificados. Após a ação da Polícia Militar, no cumprimento da reintegração de posse determinada pela Justiça, outros danos foram verificados e atribuídos, pela PM, aos alunos, que, embora assumam ter realizado pichações na reitoria, negam qualquer outro ato de vandalismo.
A ocupação está causando transtornos na USP?
Com a reitoria ocupada, muitos serviços administrativos ficaram prejudicados. O próprio reitor, João Grandino Rodas, estava despachando de outro lugar. Mas as aulas não tinham sido interrompidas. A assembleia geral de terça-feira (8), dia da reintegração de posse pela PM, no entanto, decidiu que os alunos não assistiriam mais às aulas.
O que diz a direção da USP?
Após duas reuniões de negociação infrutíferas com os manifestantes, a Polícia Militar cumpriu a decisão judicial de reintegração de posse. A USP disse que os funcionários da reitoria, que despachavam de outros prédios espalhados pelo campus durante a ocupação, voltam a trabalhar normalmente no imóvel na quinta-feira (10). Ainda não há decisão sobre eventuais punições aos alunos.
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