quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Trabalho no canteiro de obra da refinaria está suspenso por dois dias

Interrupção se deve à investigação do incêndio em alojamento da Odebrecht, provocado por funcionários descontentes com a ilegalidade da greve, determinada pela Justiça





Até sexta-feira (04), está suspenso o trabalho no canteiro da construção da refinaria da Petrobras, em Ipojuca, no Grande Recife, depois do incêndio que atingiu um alojamento  de trabalhadores da construtora Odebrecht, no Cabo de Santo Agostinho, na noite da última quarta-feira (02).

O fogo foi iniciado pelos próprios trabalhadores, inconformados com a decisão da Justiça que considerou ilegal a greve que fazem há uma semana. O local tem capacidade para abrigar cerca de 2 mil pessoas. De acordo com a polícia, o alojamento estava cheio no início do protesto.

Em nota oficial, a Odebrecht informou que dois trabalhadores sofreram ferimentos e tiveram alta nesta madrugada. A empresa informou também que o fogo destruiu 90% da estrutura do alojamento. Ainda segundo a construtora, a maioria dos trabalhadores apóia a decisão de encerrar a greve.

O INCÊNDIO
Cerca de 2 mil operários que se preparavam para dormir tiveram que sair às pressas do alojamento, em meio à fumaça. Alguns disseram que um grupo de homens avisou que o local seria incendiado para que desse tempo de todos fugirem. Do lado de fora do galpão, não havia sinais aparentes da destruição. Os trabalhadores saíam a todo momento carregando malas e tudo o que puderam salvar do fogo.

Vinte homens do Corpo de Bombeiros trabalharam para conter o fogo. Os operários saíram para as ruas ou ficaram à espera numa quadra de esportes vizinha. Sete homens do Batalhão de Choque entraram no alojamento, mas não precisaram usar da força. De acordo com os Bombeiros, o fogo foi totalmente controlado em três horas.

No galpão que abrigava os operários funcionava uma empresa transportadora. O espaço foi adaptado para receber trabalhadores vindos de vários estados, mas seria muito pequeno para receber tantos homens.

Os trabalhadores iniciaram a greve para reivindicar melhores salários e condições de trabalho e alojamento. A decisão da Justiça que considerou a greve ilegal também deu à empresa o direito de demitir por justa causa os que faltarem ao trabalho.

Segundo o encanador industrial Cleber Galdino, os 8 mil funcionários da Odebrecht suspenderam os trabalhos no pólo químico de Suape para cobrar melhores condições de trabalho e um adicional no salário por periculosidade. “A greve era para denunciar também o assédio que algumas mulheres vinham sofrendo e a precariedade no alojamento, que é todo de maderite e muito pequeno”, explicou.

Com a destruição do alojamento, os funcionários foram colocados numa quadra esportiva, próxima ao  local.

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