terça-feira, 9 de novembro de 2010

Até o Silvio Santos toma calote!

Grupo Silvio Santos anuncia aporte de R$ 2,5 bi no Banco PanAmericano, que teria sido vítima de fraude bilionária






RIO, SÃO PAULO e BRASÍLIA - Em meio a rumores de que estaria prestes a quebrar, o Banco PanAmericano informou na noite desta terça-feira que vai receber um aporte de R$ 2,5 bilhões do Grupo Silvio Santos, seu principal acionista controlador. Os recursos foram tomados do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), criado para proteger correntistas e poupadores de bancos em dificuldades, reembolsando até R$ 60 mil por CPF, e formado com contribuições compulsórias dos bancos. Segundo fontes, o Banco Central (BC) chegou a considerar intervir no banco, o que foi descartado após pedidos do grupo controlador. Sócio do PanAmericano, com 49% do capital votante, a Caixa Econômica Federal começou nesta terça-feira mesmo uma espécie de intervenção na instituição, ao indicar nova diretoria executiva para o banco. Também foi convocada reunião para decidir os novos integrantes do Conselho de Administração em 26 de novembro, segundo comunicado divulgado pelo PanAmericano.
Míriam Leitão: BC tem explicações a dar sobre fraude contábil no Banco Panamericano
O banco atua apenas no segmento de financiamentos, sobretudo de automóveis, e não tem conta corrente, o que afasta a possibilidade de risco sistêmico. O PanAmericano é atualmente o 21º do ranking nacional, com ativos de R$ 12,5 bilhões ao fim de junho. O Banco Central (BC) não quis nesta terça-feira se manifestar oficialmente sobre o assunto. Nos bastidores, o BC acompanhou o processo, avalia que as normas foram todas cumpridas e que o PanAmericano já foi capitalizado e não vai quebrar.
No comunicado, o PanAmericano já indica que foi alvo de fraude bilionária. Assinada pelo presidente do Conselho de Administração, Luiz Sebastião Sandoval, a nota informa que o aporte ocorre porque foram constatadas "inconsistências contábeis" que não permitiam aos controladores perceber "a real situação patrimonial" do banco.
"O aporte destina-se a restabelecer o pleno equilíbrio patrimonial e ampliar a liquidez operacional da instituição, de modo a preservar o atual nível de capitalização, em virtude de terem sido constatadas inconsistências contábeis que não permitem que as demonstrações financeiras reflitam a real situação patrimonial da entidade", segundo fato relevante do PanAmericano.
O PanAmericano tem foco no financiamento ao consumo para pessoas físicas das classes B, C,D, e E.
Desde 13 de outubro, as ações preferenciais do Panamericano se desvalorizaram em quase 25%, tendo recuado 6,75% apenas nesta terça-feira. No mesmo intervalo, o principal índice da Bovespa acumula estabilidade.
No segundo trimestre, o banco registrou prejuízo de R$ 20,9 milhões, comparado com o lucro de R$ 51,1 milhões no mesmo trimestre do ano passado, e ante o lucro de R$ 44,2 milhões registrados no primeiro trimestre do ano .

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